Jackson Cionek
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Embodiment e Realidade Virtual: O Corpo que Entra no Digital

Embodiment e Realidade Virtual: O Corpo que Entra no Digital

Consciência em Primeira Pessoa — Estilo Brain Bee

Sempre achei curioso como meu corpo reage diante de uma experiência em Realidade Virtual.
Mesmo sabendo que “não é real”,
meu corpo age como se fosse.
Meu equilíbrio muda,
minha respiração se ajusta,
minha musculatura responde a cada detalhe visual.

Foi só quando comecei a ler os estudos mais recentes sobre Embodiment que tudo fez sentido:

O cérebro não pergunta se algo é real.
Ele pergunta se meu corpo precisa responder.

E quando a resposta é “sim”,
ele cria um “eu tensional” para aquele mundo —
mesmo que esse mundo seja digital.


1. Embodiment não é metáfora: é fisiologia

O estudo que analisei esta semana mostra algo impressionante:

Quando estou em VR,
minhas redes sensório-motoras se reorganizam como se meu corpo realmente estivesse naquele espaço.

Isso significa que:

  • minha postura muda,

  • meu centro de massa se desloca,

  • minha projeção corporal se recalibra,

  • e minhas previsões motoras entram em modo “Apus digital”.

O corpo entra na cena,
mesmo sabendo que ela não existe fisicamente.


2. O corpo cria um “eu tensional digital”

A pesquisa revela que, ao entrar na VR, o cérebro cria:

um eu tensional que não existe no mundo físico,
mas existe plenamente no espaço virtual.

Esse eu tensional é construído a partir de:

  • propriocepção ajustada artificialmente,

  • interocepção modulada por estímulos visuais,

  • microcorreções musculares antecipatórias,

  • e previsão de movimento baseada no que vejo.

Em outras palavras:

embodiment é o cérebro ampliando seu corpo para dentro de um espaço que não é dele.


3. Zona 2 pode surgir mesmo em ambientes digitais

A parte mais fascinante do estudo é que:

quando a simulação é estável, coerente e imersiva,
o corpo entra em Zona 2 digital:

  • atenção profunda,

  • respiração ritmada,

  • aumento leve de CO₂,

  • foco prolongado,

  • sensação de presença,

  • fruição.

É o mesmo mecanismo da Zona 2 física,
mas agora ativado por um ambiente artificial.

Isso confirma que:

Zona 2 não depende do ambiente real;
depende da coerência entre corpo e estímulo.


4. Quando a VR falha → o corpo cai na Zona 3

Se o ambiente é incoerente, lagado, rápido demais ou pobre:

  • a postura fecha,

  • o equilíbrio falha,

  • a respiração encurta,

  • o corpo entra em defesa.

É a Zona 3 digital:

uma percepção estreita, instável, estressante
— exatamente como no mundo físico quando há ameaça.

Essa reação é a prova final de que:

o cérebro não reage ao real,
ele reage ao que o corpo percebe como real.


5. Apus Digital: quando a antecipação do corpo é hackeada

A VR mexe diretamente naquilo que chamamos de Apus
a propriocepção estendida.

Na VR, o corpo:

  • prevê quedas que não existem,

  • sente movimentos que não aconteceram,

  • estabiliza o tronco para impactos que não virão,

  • ajusta a respiração para velocidades que são apenas visuais.

É uma prova viva de que:

a cognição é movimento antecipado,
não memória do que já aconteceu.


6. Conclusão pessoal — O corpo sempre entra primeiro

Depois de mergulhar nesse estudo, percebo que:

não existe experiência puramente mental.
Toda experiência é corporal,
mesmo quando nasce no digital.

Embodiment é o corpo dizendo ao mundo:
“Se você me der pistas suficientes,
eu entro.”

E a VR mostra isso de forma perfeita:
meu corpo cria seres tensionais, zonas, percepções e decisões
mesmo quando o mundo é só um algoritmo.


Referência Científica Base deste Blog

Este blog se baseia nos achados de um estudo pós-2020 sobre embodiment, processamento sensório-motor e Realidade Virtual, que demonstra como o cérebro reorganiza redes corporais diante de ambientes digitais coerentes.

Referência destacada:
“The embodied brain in virtual environments: neural, sensorimotor and cognitive mechanisms of presence and body ownership.”

O estudo mostra que:

  • a VR recruta redes sensório-motoras de forma semelhante ao mundo real;

  • a sensação de presença emerge de coerência preditiva corpo–ambiente;

  • estados fisiológicos associados à Zona 2 podem surgir em ambientes virtuais;

  • falhas na simulação induzem padrões defensivos equivalentes à Zona 3;

  • o corpo cria “eus tensionais digitais”, confirmando a base de Apus e da Mente Damasiana estendida.






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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States