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Velhos Livros com Velhas Verdades

Velhos Livros com Velhas Verdades

Quando a espiritualidade se torna um sistema de controle, e não um campo de consciência

Velhos Livros com Velhas Verdades
Velhos Livros com Velhas Verdades

Ao longo da história humana, os chamados livros sagrados — como a Torá, a Bíblia, o Alcorão, os Vedas, o Tripitaka, entre outros — cumpriram uma função vital: organizar o simbólico em tempos de caos, sofrimento coletivo e ausência de sistemas institucionais de proteção social. Eles deram sentido à morte, ao destino, ao sofrimento e criaram mitos potentes que sustentaram civilizações inteiras por milênios.

Cada um desses livros nasceu de uma necessidade coletiva legítima: manter a coesão social, ensinar limites éticos e criar pertencimento simbólico. Eles foram, em muitos momentos da história, os únicos mecanismos de orientação, consolo e esperança. Mas o que acontece quando esses livros, escritos para o passado, são usados no presente como algoritmos fixos de controle?


A Neurociência do Pertencimento e os Livros Sagrados

Em nossos estudos, chamamos de Quorum Sensing Humano (QSH) o sistema natural de pertencimento — uma espécie de “ecolocalização social” baseada em sinais afetivos, emoções bioelétricas e sentimentos estáveis. O ser humano busca, desde o nascimento, um campo de segurança afetiva onde possa formar seu Eu.

Livros sagrados, quando bem utilizados, ofereciam esse campo: formavam Eus Tensionais reguladores, ou seja, identidades que organizavam comportamentos e sentimentos em ambientes de escassez e medo. Mas atualmente, grande parte dos grupos religiosos usa esses textos como ferramentas de estagnação da consciência, transformando seres vivos com DNA novo e plasticidade cerebral em repetidores de dogmas antigos, como se o mundo não tivesse mudado.


Consciência Ativada: da Revelação à Manipulação

Consciência é o movimento que se percebe ser no metabolismo produzido.
Em termos mais precisos, no interior da Mente Damasiana — formada pela interocepção e propriocepção — temos o conceito de Apus, que representa uma propriocepção estendida: a percepção não apenas do corpo físico, mas do espaço relacional e simbólico que o corpo ocupa.

Quando nos referenciamos em um ponto de Apus, criamos um local de fala e um lugar de expressão. Isso é estar consciente: uma consciência situada, real, encarnada, com sentido no corpo.

Porém, nas religiões institucionalizadas e em algumas ideologias políticas, esse processo é manipulado por meio da ativação repetida de símbolos e crenças, resultando em um estado de Consciência Ativada Artificialmente.

A Consciência Ativada é um estado emocional e narrativo que dura cerca de 72 horas após estímulos fortes (como rituais, discursos, vídeos, orações, slogans). Se for realimentada nesse intervalo com novos estímulos semelhantes, ela se mantém ativa — criando um vício.

É o que vemos hoje: crenças como a da vida após a morte, da punição eterna, ou da religião do outro ser um mal operam como drogas simbólicas, ativando a consciência de modo contínuo, desde a primeira infância até a morte. Assim, a pessoa não se referencia mais no próprio corpo ou no Apus do presente — mas vive aprisionada em uma narrativa externa, colonizada e imposta.


A Economia da Fé: Os Quatro Pilares da Manipulação Religiosa

As instituições religiosas, cada vez mais corporativas, utilizam quatro pilares para manter a consciência ativada e lucrar com isso:

  1. Culpa – "Você nasceu em pecado."

  2. Medo – "Você será punido se sair da doutrina."

  3. Desejo – "Você será recompensado se obedecer."

  4. Pertencimento – "Fora daqui, você estará perdido."

Esses pilares não elevam a consciência — eles aprisionam. São atalhos emocionais para sequestrar o metabolismo existencial do indivíduo e mantê-lo refém de uma estrutura simbólica externa.


DNA e Crença: A Tentativa de Imprimir Velhas Consciências em Novas Vidas

Quando uma criança nasce, ela não tem culpa, medo ou dogma. Seu DNA traz a possibilidade de formar novas conexões, novas formas de ser. Mas o que se faz é incrustar uma velha consciência — dogmática, excludente, culpabilizante — sobre um corpo novo, ainda em formação.

Chamamos isso de colonização simbólica do metabolismo existencial. O DNA vivo é usado como suporte para repetir doutrinas antigas. E com a consciência ativada continuamente, a criança cresce acreditando que sua única opção de salvação ou pertencimento é obedecer àquela narrativa.


O Tempo Passou. A Consciência Evolui.

Esses livros foram importantes — e muitos de seus ensinamentos ainda podem ter valor simbólico e ético. Mas não podemos mais aceitar que sejam usados como verdades únicas e inquestionáveis, especialmente quando servem para adoecer, controlar ou explorar.

A espiritualidade do futuro (e do presente lúcido) deve ser baseada em:

  • Experiência direta e fruição, não medo ou obediência cega.

  • Consciência integrada ao corpo e ao território, não a promessas celestiais pós-morte.

  • Cuidado com o outro aqui e agora, não meritocracia espiritual baseada em sofrimento.

  • Educação para a percepção, e não adestramento para o julgamento.


Conclusão: Não é o livro que liberta. É o corpo que desperta.

Velhos livros têm seu lugar — como patrimônio da experiência humana. Mas quando viram arma ideológica ou máquina de lucro, deixam de ser ponte para a consciência e se tornam prisão simbólica.

Se queremos formar novas gerações com Eus Tensionais saudáveis, Metabolismo Existencial autêntico, e uma Mente Damasiana fruída, precisamos urgentemente repensar o papel da religião como interface cultural.

É tempo de deixar que o corpo fale, o Apus se manifeste, a alma vibre (Pei-Utupe), e que a consciência não seja mais colonizada — nem por impérios, nem por dogmas.

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Jackson Cionek

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