Jackson Cionek
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Percepção é Realidade Individual - Um Ensaio sobre Cognição, Arte e Metabolismo Social

Percepção é Realidade Individual -  Um Ensaio sobre Cognição, Arte e Metabolismo Social


Toda percepção é uma construção individual. O que chamamos de "realidade" é, na verdade, uma simulação contínua feita pelo cérebro com base em sinais sensoriais, estados internos, expectativas e memórias. Essa perspectiva encontra eco nas teorias contemporâneas da cognição preditiva, como a de Andy Clark, e no modelo de cérebro bayesiano, em que a mente não reage ao mundo, mas o prevê continuamente com base em hipóteses perceptivas.


Os 12 Sentidos: Uma Nova Cartografia da Percepção Humana


Tradicionalmente, falamos em cinco sentidos. A neurociência contemporânea reconhece pelo menos 11. Jackson Cionek, dentro de sua proposta de Neurociência Decolonial, expande essa lista para 12 sentidos, onde o último – o Quorum Sensing Humano (QSH) – representa a base afetiva do pertencimento social.


Os 12 sentidos segundo Jackson Cionek:


1. Visão

2. Audição

3. Olfato

4. Paladar

5. Tato

6. Propriocepção (posição e movimento corporal)

7. Interocepção (estado visceral e emocional interno)

8. Equilibriocepção (orientação espacial e gravidade)

9. Nocicepção (percepção da dor)

10. Termocepção (calor e frio)

11. Quimiorrecepção Interna (percepção de pH, CO₂, O₂ etc.)

12. Quorum Sensing Humano (QSH)

      Proposta original de Jackson Cionek, o QSH é o sentido de pertencimento bioafetivo. Uma capacidade sensorial-coletiva de captar quando estamos emocionalmente sintonizados ou rejeitados por outros — um mecanismo semelhante ao quorum sensing de bactérias, agora adaptado à sincronia cerebral e afetiva em grupos humanos. A música, os rituais e os estados alterados de consciência são caminhos ancestrais de ativação deste sentido.


Atenção: O Filtro que Transforma Sensação em Cognição


Atenção é o mecanismo que seleciona, entre os fluxos dos 12 sentidos, o que será priorizado para processamento. A partir dessa seleção, nasce a cognição — entendida como o processamento simbólico, afetivo e contextual daquilo que foi percebido com destaque.


Modelos como:


* Feature Integration Theory (Treisman),

* Attention Schema Theory (Graziano), e

* Perceptual Load Theory (Lavie),


mostram que atenção não é apenas foco, mas um sistema ativo de construção da consciência.



Eus Tensionais: Como a Música, Têm Início, Meio e Fim


Jackson Cionek propõe o conceito de Eus Tensionais como configurações corporais, emocionais e cognitivas formadas a partir da atenção sensorial incorporada. Cada “eu tensional” surge quando o corpo mobiliza atenção e percepção em torno de uma ameaça, desejo, responsabilidade ou narrativa.


Assim como uma peça musical, esses Eus têm início, meio e fim. Quando não são resolvidos (como músicas que não concluem suas cadências), eles geram anergias cerebrais: acúmulo de energia emocional não metabolizada, gerando fadiga, hiperreatividade ou colapsos.


A Função Artística e a Metabolização das Tensões


Cionek argumenta que a função simbólica da arte — especialmente da música — é permitir o fluxo e a metabolização dessas tensões. Quando o artista expressa o que está congelado na coletividade, ele mobiliza os Eus Tensionais do público e conduz essas estruturas à resolução simbólica, emocional ou espiritual.


Essa ideia se alinha com estudos de:


* Koelsch (2014) – que mostra como a música regula o sistema límbico e promove reestruturação emocional;

* Salimpoor et al. (2011) – que identificaram picos de dopamina na antecipação e resolução musical;

* Beaty et al. (2015) – que mostram a ativação da rede default mode durante improvisações criativas.


Neurociência Decolonial: Corpo, Cultura e Território


A proposta de Cionek se insere numa tendência emergente: a Neurociência Decolonial, que reconhece:


* Que o cérebro é formado e modulado por contextos históricos e afetivos,

* Que o conhecimento válido deve incluir saberes corporais, artísticos, espirituais e indígenas,

* E que a cognição não pode mais ser estudada sem considerar o Corpo Território, a ancestralidade e o metabolismo coletivo das emoções.


Referências Científicas Selecionadas


* Clark, A. (2018). *Surfing Uncertainty: Predictive Processing and the Dynamic Brain*.

* Graziano, M. (2019). *Rethinking Consciousness: A Scientific Theory of Subjective Experience*.

* Treisman, A. (1980). *Feature-Integration Theory of Attention*.

* Lavie, N. (2005). *Distracted and confused?: Selective attention under load*.

* Koelsch, S. (2014). *Brain correlates of music-evoked emotions*. Nature Reviews Neuroscience.

* Salimpoor, V. et al. (2011). *Anatomically distinct dopamine release during anticipation and experience of peak emotion to music*. Nat. Neurosci.

* Beaty, R. et al. (2015). *The default mode network and creative cognition: A review and synthesis*. Neuropsychologia.

* Cionek, J. (2024–2025). *Propostas sobre Eus Tensionais, QSH, Corpo Território e Metabolismo Existencial*. Blog NeuroInsight.net.


Conclusão


Toda cognição é filtrada pela atenção e alimentada por 12 sentidos — entre eles, o mais esquecido: a capacidade de pertencimento social energético e afetivo (QSH). Percepção é um evento individual; cognição é um evento simbólico. E os Eus Tensionais são o palco onde essas dinâmicas se encenam. Quando não metabolizadas, essas tensões geram colapsos psicoafetivos — mas a arte, e especialmente a música, surge como uma via ancestral de cura simbólica, reintegração emocional e reconexão entre corpo e território.

 
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