Pandemia do Despertencimento e o Corpo Território

Pandemia do Despertencimento e o Corpo Território

Pandemia do Despertencimento e o Corpo Territorio


Neurociencia LatinoAmérica - El futuro es Ancestral

O conceito ameríndio de "Corpo-Território" é uma visão profundamente integrada e holística que reconhece a conexão intrínseca entre os seres vivos e a terra em que habitam. Esta perspectiva não vê a terra apenas como um recurso ou propriedade, mas como uma extensão viva dos corpos e das vidas dos seres que nela habitam, incluindo humanos, animais, plantas e outros organismos.

Nesta visão, o cuidado com a terra e o respeito por todos os seres vivos são essenciais para a saúde e bem-estar de todos. A terra é vista como um organismo vivo, com o qual os seres humanos e outros seres vivos têm uma relação recíproca. O conceito de Corpo-Território enfatiza a importância da sustentabilidade, da conservação e do respeito pelos ciclos naturais, refletindo uma compreensão profunda da interdependência entre todos os elementos do ecossistema.

Essa abordagem contrasta significativamente com muitas perspectivas ocidentais modernas que tendem a separar os seres humanos da natureza e a ver a terra principalmente como um recurso a ser explorado. Ao invés disso, o conceito de Corpo-Território encoraja uma relação de cuidado, respeito e harmonia com o ambiente natural.

A ideia de que os seres vivos "pertencem" ao local onde estão sugere uma harmonia e interdependência natural com o seu habitat. Isso contrasta com o conceito de propriedade da terra, que é uma construção humana e muitas vezes ignora as necessidades e o equilíbrio dos ecossistemas naturais.

O princípio de que a terra não é apenas um recurso a ser explorado, mas um ambiente compartilhado com outras formas de vida, é central para muitas filosofias ambientalistas e práticas de conservação. Reconhecer que todos os seres vivos têm um papel e um lugar dentro de seus ecossistemas ajuda a promover uma abordagem mais sustentável e respeitosa em relação à gestão ambiental e à conservação da biodiversidade.

Centralizando a terra como quem possui os seres vivos que nela habitam, podemos reclassificar os seres vivos em terra fixa ( os que se ficam na terra) e seres vivos de terra móvel (os que se movem e se alimentam dos que se movem)

Nessa perspectiva, os "seres vivos de terra fixa" seriam aqueles que permanecem em um local específico, como plantas e certos fungos, enquanto os "seres vivos de terra móvel" seriam animais e outros organismos que se movem para se alimentar e realizar outras atividades. 

É uma abordagem não convencional, já que geralmente os seres vivos são classificados com base em características biológicas como estrutura celular, modo de obtenção de energia e reprodução. No entanto, é uma perspectiva única sobre a relação dos seres vivos com seu ambiente.

Nesse contexto, a ideia de que os alimentos que consumimos constituem nossa "terra" ressalta a importância da qualidade e do equilíbrio nutricional daquilo que comemos, influenciando diretamente nossa saúde e bem-estar.

Carboidratos: São a principal fonte de energia do corpo. Eles são essenciais para o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso e fornecem energia para os músculos durante atividades físicas. É importante escolher carboidratos complexos, como grãos integrais, frutas e vegetais, em vez de carboidratos simples e refinados.

Gorduras: Essenciais para a saúde, as gorduras são necessárias para a absorção de vitaminas solúveis em gordura (A, D, E, K) e para a produção de hormônios. Gorduras insaturadas, encontradas em peixes, nozes, sementes e óleos vegetais, são mais saudáveis do que gorduras saturadas e trans.

Proteínas: Cruciais para a construção e reparo de tecidos, as proteínas também são importantes para a função imunológica e a produção de enzimas e hormônios. Fontes saudáveis incluem carnes magras, peixe, ovos, laticínios, leguminosas, nozes e sementes.

Minerais e Vitaminas: São necessários para inúmeras funções biológicas, incluindo saúde óssea, função imunológica, coagulação sanguínea e metabolismo energético. Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fontes de proteínas magras geralmente fornece a maioria desses nutrientes.

Água: Essencial para a vida, a água é crucial para a regulação da temperatura corporal, transporte de nutrientes e eliminação de resíduos.

Ao equilibrar esses elementos em nossa dieta, tratamos os alimentos como parte integrante de nossa "terra", proporcionando ao nosso corpo o que ele precisa para funcionar de maneira ideal. Essa abordagem também ressalta a importância de considerar a origem e a qualidade dos alimentos que consumimos, enfatizando a conexão entre nossa saúde e o meio ambiente.

A sensação de falta de pertencimento pode, de fato, levar as pessoas a buscar aceitação e comunidade em vários grupos, incluindo organizações religiosas, movimentos ideológicos e, infelizmente, às vezes em grupos que promovem discursos de ódio. O conceito de "Corpo-Território", com sua ênfase na conexão intrínseca entre os indivíduos e o mundo natural, pode oferecer um caminho de volta ao senso de pertencimento que muitos de nós experimentamos intuitivamente na primeira infância. Aqui estão algumas maneiras de como isso pode acontecer:

Reconexão com a Natureza: O Corpo-Território encoraja uma reconexão profunda com o ambiente natural. Essa reconexão pode ajudar a restaurar um senso de pertencimento ao mundo maior, além do ambiente humano construído, promovendo a consciência de que somos parte de um ecossistema vivo e interconectado.

Valorização das Raízes Culturais e Espirituais: Muitas culturas indígenas veem a terra não apenas como um recurso, mas como uma entidade sagrada com a qual têm uma relação recíproca. Reaprender e valorizar essas visões culturais e espirituais pode ajudar as pessoas a redescobrir um sentido de comunidade e propósito.

Desenvolvimento de uma Consciência Ecológica: Ao entender a interdependência de todos os seres vivos e o impacto de nossas ações no meio ambiente, podemos desenvolver uma consciência ecológica que reforça nosso senso de pertencimento ao mundo natural.

Fruição da Natureza e do Ambiente: A fruição envolve apreciar profundamente e deleitar-se com as experiências. Isso pode incluir passar tempo na natureza, absorvendo conscientemente a beleza e a serenidade do ambiente natural. A fruição da natureza ajuda a estabelecer uma conexão emocional e estética com o mundo ao nosso redor, reforçando nosso senso de pertencimento e interconexão com o ambiente.

Metacognição Aplicada às Relações com a Natureza: A metacognição, ou a consciência sobre o próprio processo de pensamento, pode ser aplicada para entender melhor nossa relação com o ambiente natural. Isso pode incluir refletir sobre como nossas ações afetam o meio ambiente, reconhecendo nossos padrões de pensamento relacionados à natureza e considerando como podemos viver de maneira mais sustentável e harmoniosa com o mundo ao nosso redor.

Práticas Culturais e Espirituais que Promovem a Conexão com a Terra: Muitas culturas têm práticas tradicionais e visões espirituais que enfatizam uma profunda conexão com a terra. Engajar-se ou aprender sobre essas práticas pode enriquecer nosso entendimento do Corpo-Território e fortalecer nosso senso de pertencimento.

Promoção de Comunidades Sustentáveis e Respeitosas: Inspiradas pela fruição e metacognição, as comunidades podem se esforçar para criar ambientes que respeitem a interdependência entre todos os seres e o meio ambiente, promovendo uma cultura de cuidado e respeito mútuos.

Educação e Conscientização Ambiental: Através da fruição e da metacognição, podemos promover uma educação e conscientização ambiental que enfatize a importância de viver em harmonia com a natureza e entender nossa responsabilidade coletiva para com o meio ambiente.

Promoção de Comunidades Sustentáveis e Respeitosas: O conceito de Corpo-Território pode inspirar a criação e o fortalecimento de comunidades que respeitam a interdependência de todos os seus membros e do ambiente em que vivem, promovendo uma cultura de cuidado e respeito mútuos.

Ao abraçar essas práticas e perspectivas, é possível cultivar um senso de pertencimento que é mais alinhado com o mundo natural e com a comunidade humana de uma forma mais holística e sustentável. Este senso de pertencimento pode ser uma poderosa alternativa às divisões e isolamentos frequentemente experimentados na sociedade moderna.