A comunicação humana é um fenômeno complexo que envolve a produção, transmissão e recepção de mensagens, bem como a interpretação e atribuição de significados a essas mensagens. A semiótica social é um campo de estudo interdisciplinar que visa compreender como os signos e símbolos são utilizados na comunicação e interação social. A semiótica social parte do pressuposto de que a comunicação humana é essencialmente simbólica, e que os significados são construídos e interpretados através de signos e símbolos.


    A semiótica social tem suas raízes na teoria semiótica de Ferdinand de Saussure e Charles Peirce, mas se distingue dessas abordagens ao enfatizar a dimensão social e cultural da comunicação. A semiótica social considera que os signos e símbolos são produtos da cultura e que seu significado é construído e negociado dentro de contextos sociais específicos. Um dos principais conceitos da semiótica social é o de interação simbólica, que se refere à forma como as pessoas utilizam signos e símbolos para se comunicar e interagir uns com os outros. A interação simbólica é um processo dinâmico e complexo, no qual os participantes negociam significados e interpretam os sinais uns dos outros. A semiótica social também se preocupa com a análise dos discursos e práticas culturais, investigando como os signos e símbolos são utilizados para construir identidades, valores e relações de poder. Por exemplo, os estudos semióticos da mídia analisam como os meios de comunicação utilizam signos e símbolos para moldar a opinião pública e influenciar comportamentos. Recentemente, a semiótica social tem sido aplicada a uma variedade de contextos, incluindo a comunicação online, as redes sociais e a publicidade. Pesquisas recentes têm explorado como as mídias sociais são utilizadas para construir identidades digitais e como os memes e hashtags são utilizados para expressar ideias e valores coletivos.
     No contexto neurofisiológico, a semiótica social também se dedica ao estudo dos mecanismos neurais subjacentes à interpretação de gestos, expressões faciais, posturas corporais e outros sinais não verbais. Pesquisas têm mostrado como o cérebro humano é capaz de processar e atribuir significados a esses sinais não verbais de forma rápida e eficiente, contribuindo para a compreensão e a comunicação interpessoal.Além disso, se sabe que a exposição a estímulos culturais específicos pode modular a atividade cerebral e influenciar a forma como percebemos e interpretamos o mundo ao nosso redor.


     Em resumo, a semiótica social é uma abordagem valiosa para compreender como os signos e símbolos são utilizados na comunicação e interação social. Ao analisar a dimensão simbólica da vida social, a semiótica social nos ajuda a compreender como os significados são construídos, negociados e contestados em diferentes contextos culturais e sociais. Além disso, novos trabalhos no campo da neurociência  têm o potencial de fornecer insights valiosos sobre a forma como o cérebro humano processa e responde a estímulos sociais e culturais, contribuindo para uma compreensão mais profunda da comunicação humana, da construção de significados e da interação social. Essa abordagem interdisciplinar pode abrir novas perspectivas para o estudo da cognição social, da linguagem, da cultura e de outras áreas relacionadas ao comportamento humano.
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Autor:

Rodrigo Oliveira

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