Jackson Cionek
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O que a Neurociência tem confirmado sobre o PNL?

O que a Neurociência tem confirmado sobre o PNL?

NeuroLinguistic Programming and Neuroscientific confirmations
NeuroLinguistic Programming and Neuroscientific confirmations

A Programação Neurolinguística (PNL) foi desenvolvida na década de 1970 por Richard Bandler e John Grinder como uma abordagem à comunicação, desenvolvimento pessoal e psicoterapia. A PNL propõe que existe uma conexão entre processos neurais, linguagem e padrões comportamentais aprendidos através da experiência e que esses podem ser alterados para alcançar metas específicas na vida.

No entanto, a relação entre a PNL e a neurociência é complexa. Embora ambas se concentrem na forma como o cérebro funciona e como isso afeta o comportamento humano, as metodologias e as premissas fundamentais diferem. Até a data do meu último treinamento (janeiro de 2022), a neurociência não confirmou muitas das reivindicações específicas da PNL. Algumas considerações:

1. Falta de Evidência Empírica:

Muitas das reivindicações da PNL não foram amplamente estudadas ou verificadas em estudos científicos rigorosos. Devido a isso, muitos na comunidade científica veem a PNL com ceticismo.

2. Modelos de Representação Sensorial:

Uma das ideias da PNL é que as pessoas têm um "sistema representacional primário" (visual, auditivo, cinestésico, etc.) que determina como elas percebem o mundo. Até agora, a neurociência não encontrou evidências claras que apoiem essa ideia.

3. Olhos e Processamento Cognitivo:

A PNL propõe que a direção em que uma pessoa move os olhos pode indicar o tipo de pensamento (visual, auditivo, etc.) que está ocorrendo. 

Complexidade da Função Ocular:

Em ambos os casos, reconhece-se que os olhos e seus movimentos estão ligados a complexos processos cerebrais.

No entanto, enquanto os movimentos oculares REM são um fenômeno natural e bem documentado do sono, as interpretações da PNL sobre os movimentos oculares durante a vigília são mais especulativas.

Potencial Elétrico dos Olhos:

Os olhos têm um potencial elétrico chamado "potencial de ação corretiva" ou "potencial de campo ocular". Isso ocorre porque a retina é neurologicamente ativa e a parte frontal do olho é positivamente carregada em relação à parte de trás.

O movimento dos olhos pode causar variações no potencial elétrico, que podem ser detectadas por eletrodos colocados na pele perto dos olhos, uma técnica conhecida como eletro oculografia (EOG).

Estágio REM do Sono:

Durante o estágio REM do sono, ocorrem movimentos rápidos e aleatórios dos olhos. Esta é uma característica distintiva deste estágio do sono.

O estágio REM é associado a sonhos vividos e é um período onde várias áreas do cérebro, incluindo a região pré-frontal, são altamente ativas.

Embora o movimento ocular em si seja interessante e distintivo do REM, as razões exatas e a função deste movimento ainda são objeto de pesquisa.

Movimento dos Olhos e Atividade Cerebral:

O movimento dos olhos durante o estágio REM é acompanhado por uma complexa atividade neuronal. Estes movimentos e a atividade cerebral subjacente estão relacionados, mas a relação exata e a causalidade ainda são áreas de investigação.

A atividade no córtex pré-frontal, e em outras partes do cérebro, varia ao longo do ciclo do sono. O estágio REM, em particular, mostra um padrão de atividade cerebral que é, em alguns aspectos, semelhante ao da vigília.

Embora haja algumas pesquisas sobre o movimento dos olhos e processamento cognitivo, a evidência não confirma de forma conclusiva as reivindicações específicas feitas pela PNL.

4. Mudança Rápida:

A PNL é frequentemente promovida como uma técnica que pode produzir mudanças rápidas e duradouras no comportamento. Enquanto algumas pessoas relatam benefícios, a pesquisa neurocientífica não confirmou amplamente essas reivindicações.

5. Benefícios Anedóticos vs. Evidência Científica:

Muitos praticantes e pacientes relatam benefícios ao usar a PNL em terapia e coaching. No entanto, relatos anedóticos não são o mesmo que evidência científica. Para estabelecer a eficácia da PNL, seriam necessários mais estudos controlados e revisados por pares.

6. Neuroplasticidade:

A neurociência confirmou que o cérebro é plástico e pode mudar em resposta à experiência, um conceito que está alinhado com a ideia da PNL de que é possível "reprogramar" padrões de pensamento e comportamento. No entanto, os mecanismos exatos e as técnicas propostas pela PNL para alcançar essas mudanças não foram amplamente validados pela pesquisa neurocientífica.

Em resumo, enquanto a PNL oferece uma variedade de ferramentas e técnicas que muitos encontram úteis em contextos práticos, sua base científica ainda é objeto de debate. Mais pesquisas são necessárias para esclarecer a relação entre os princípios da PNL e as descobertas da neurociência moderna.

 
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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States