Sentir - EEG MicroStates e Íons Cálcio
Sentir - EEG MicroStates e Íons Cálcio

EEG MicroStates Feelings and Ca++ ion currents
A relação entre a sentiência, o movimento de íons cálcio e os Microestados EEG é uma área complexa que toca em vários aspectos da neurociência.
Papel dos Íons Cálcio na Neurofisiologia: Os íons cálcio desempenham um papel crucial na neurofisiologia. Eles estão envolvidos em processos fundamentais como a liberação de neurotransmissores nas sinapses, a modulação da excitabilidade neuronal, e a regulação de diversos processos intracelulares. Alterações nos níveis de cálcio intracelular podem influenciar diretamente a atividade neuronal.
EEG (Eletroencefalograma) e Atividade Neuronal: O EEG mede a atividade elétrica do cérebro através do couro cabeludo. Esta atividade é o resultado da soma sincronizada de potenciais de ação e post-sinápticos (principalmente potenciais pós-sinápticos) de neurônios no córtex cerebral. Embora o EEG não meça diretamente os movimentos de íons, ele reflete a atividade elétrica que é influenciada por esses movimentos.
Microestados EEG: Os Microestados EEG são períodos breves e estáveis de padrões de atividade elétrica no cérebro. Eles são pensados para representar os blocos de construção fundamentais da atividade cerebral e têm sido associados a diferentes aspectos do processamento cognitivo e da consciência. Acredita-se que os Microestados refletem a dinâmica da rede neural em larga escala.
Relação entre Íons Cálcio e Microestados EEG: Embora não haja evidências diretas de que os Microestados EEG sejam especificamente influenciados pelo movimento de íons cálcio, é plausível que mudanças na dinâmica dos íons cálcio, que afetam a atividade neuronal, possam influenciar os padrões de atividade cerebral que são captados como Microestados EEG. Por exemplo, o cálcio é essencial na regulação do disparo neuronal e na plasticidade sináptica, que podem ter implicações na geração de padrões de atividade cerebral observados no EEG.
Sentiência e Atividade Neuronal: A sentiência, ou a capacidade de experimentar sensações e sentimentos, é fundamentalmente ligada à atividade cerebral. Embora a relação exata entre padrões específicos de atividade cerebral (como os Microestados EEG) e experiências conscientes ainda seja objeto de pesquisa, é claro que a atividade neuronal é a base para a experiência consciente.
Alfredo Pereira Júnior - Sua abordagem tende a ser interdisciplinar, integrando perspectivas da filosofia, neurociência, psicologia e outras áreas do conhecimento para explorar a natureza da experiência consciente.
Um dos aspectos centrais do trabalho de Pereira Júnior é a investigação do "sentir" como uma dimensão fundamental da consciência. Ele explora como os processos neurobiológicos subjacentes se relacionam com a experiência subjetiva, buscando entender como sensações, percepções, emoções e pensamentos emergem da atividade cerebral.
Pereira Júnior enfatiza a importância de estudar a consciência não apenas do ponto de vista neurocientífico, mas também considerando aspectos filosóficos e fenomenológicos. Ele argumenta que a experiência consciente é mais do que a soma das atividades neuronais e que é crucial entender como os aspectos subjetivos da mente se relacionam com os processos físicos do cérebro.
Além disso, Pereira Júnior muitas vezes aborda questões sobre a natureza da mente, o problema mente-corpo, e a forma como as experiências subjetivas se integram com o conhecimento obtido por meio das ciências naturais. Seu trabalho contribui para o diálogo entre diferentes disciplinas no estudo da mente e da consciência, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística para compreender a complexidade do "sentir" humano.
Antonio Damasio - tem contribuições significativas para o entendimento da consciência e das emoções, especialmente no que se refere ao "sentir" ou à interocepção. A interocepção, em seu trabalho, refere-se à percepção do estado interno do corpo, um aspecto crucial para a experiência emocional e a consciência.
A interocepção é um componente chave da consciência. Ela envolve a percepção do estado interno do corpo, incluindo a sensação de batimentos cardíacos, fome, sede, dor e o estado emocional. Essa auto-percepção é fundamental para a experiência subjetiva e para a tomada de decisões.
Sentir como Base para a Consciência: Em seu modelo, o "sentir" é a base da consciência. Damasio argumenta que as emoções e os sentimentos são fundamentais para a experiência consciente. Emoções são reações físicas e mentais que acontecem no corpo em resposta a estímulos, enquanto os sentimentos são a percepção consciente dessas emoções.
Hipótese do Marcador Somático: Uma das teorias mais conhecidas de Damasio é a Hipótese do Marcador Somático, que sugere que as emoções desempenham um papel crítico na tomada de decisões. Segundo essa teoria, as emoções criam "marcadores" no corpo que influenciam como avaliamos as opções e fazemos escolhas, particularmente em situações de incerteza.
Corpo e Mente Conectados: Damasio enfatiza a conexão inextricável entre corpo e mente. Ele argumenta que a mente é profundamente influenciada pelo estado físico do corpo e que a consciência emerge dessa interação. A saúde mental, portanto, não pode ser totalmente compreendida sem considerar o estado físico do corpo.
Para entendermos o todo sem recortes precisamos incluir mais elementos e aí entra o "Monismo de Triplo Aspecto" de Alfredo Pereira Júnior:
Integração de Três Aspectos: Como o nome sugere, o Monismo de Triplo Aspecto propõe que a realidade, incluindo a mente, pode ser compreendida a partir de três aspectos fundamentais: físico, informacional e fenomenológico. Cada um destes aspectos fornece uma perspectiva diferente, mas complementar, sobre a realidade.
Aspecto Físico: Refere-se à matéria e à energia, as entidades estudadas pelas ciências físicas. No contexto da mente, este aspecto aborda a neurobiologia, a química cerebral e outros processos físicos associados à atividade cerebral.
Aspecto Informacional: Lida com a informação, sua estrutura, processamento e transmissão. Na mente, isso se relaciona com a maneira como o cérebro processa informações, incluindo o armazenamento e a recuperação de memórias, a cognição e a comunicação.
Aspecto Fenomenológico: Foca na experiência subjetiva, a qualidade do "sentir" e da consciência. Este aspecto abrange as experiências internas, como emoções, percepções e pensamentos, e é o domínio da fenomenologia e da psicologia.
Monismo Integrativo: A teoria de Pereira Júnior não é dualista; ou seja, não separa mente e matéria em duas entidades distintas. Em vez disso, sugere que a mente emerge da interação complexa entre os aspectos físico, informacional e fenomenológico. Ele busca superar as limitações tanto do materialismo reducionista quanto do dualismo mente-corpo.
Implicações Filosóficas e Científicas: O Monismo de Triplo Aspecto tem implicações importantes para a filosofia da mente, a neurociência e a psicologia. Ele oferece uma estrutura que pode integrar as descobertas científicas sobre o cérebro com uma compreensão rica da experiência subjetiva, permitindo uma visão mais completa da mente humana.
O trabalho de Pereira Júnior, portanto, representa um esforço significativo para criar uma teoria abrangente e coerente que possa abordar as complexidades da mente e da consciência de uma maneira integrada e multidisciplinar.