EEG, NIRS, SpO₂ e Microstates: Muito Além das Redes Atencionais — É o Eu Quem Modula a Atenção
EEG, NIRS, SpO₂ e Microstates: Muito Além das Redes Atencionais — É o Eu Quem Modula a Atenção
Convite à nova geração de teses em neurociência da consciência relacional, metabolismo existencial e pertencimento.
A neurociência atual, mesmo com os avanços em redes atencionais e estudos de conectividade, ainda comete um erro estrutural: trata as redes de atenção como protagonistas autônomas, sem perguntar quem está prestando atenção.
Como discutido em conversa de alta confiabilidade com o pesquisador João Ricardo Sato, há uma desconexão entre os modelos funcionais e a experiência real da consciência. Em nossos termos:
As redes atencionais são ferramentas, não sujeitos. É o eu tensional — uma emergência psicofisiológica momentânea — que ativa, sustenta ou interrompe essas redes.
Atenção como Efeito de Eus Metabólicos
Cada eu tensional emerge de uma tensão bioafetiva específica (como desejo, medo ou culpa) e se expressa por meio de um metabolismo singular — respiratório, neuroquímico e relacional. Essa emergência pode ser medida pelas seguintes tecnologias:
* EEG/ERP: Captam as respostas elétricas rápidas a estímulos (ex: P300, N400).
* NIRS: Mapeia oxigenação cerebral associada a esforço cognitivo ou atenção executiva.
* SpO₂: Serve como biomarcador da qualidade da presença atencional metabólica.
* EEG Microstates: Detectam padrões tônicos e lentos de organização global da mente — os únicos capazes de captar os chamados “eus lentos”.
O Que São os “Eus Lentos”?
Chamamos de eus lentos os estados de consciência sustentada, que não reagem a estímulos imediatos, mas se configuram em ritmos mais profundos — como silêncio interior, introspecção, contemplação ou espiritualidade.
Esses estados estão associados a:
* Correntes tônicas reguladas por íons de cálcio, responsáveis por estabilidade, plasticidade sináptica e estados de presença prolongada.
* Rede Default Mode e Microstates tipo D, relacionados à autorreferência e ao processamento interno.
* Sensações de unidade com o ambiente, pertencimento expandido e ausência de desejo ou culpa — como nos estados da espiritualidade DANA.
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Tabela – Exemplo de Eus Lentos e Seus Marcadores
Eu Tensional | Características Principais | EEG Microstates | NIRS / Áreas Recrutadas | SpO₂ Esperado |
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Eu de Luto | Paralisação ativa, dor emocional, sensação de perda | Predomínio de Microstate D | OFC, ACC | Abaixo de 95% |
Eu Contemplativo | Atenção difusa, silêncio perceptivo, ausência de urgência | Alternância entre estados A e D | PCC, pré-frontal medial | Estável (~96%) |
Eu de Pertencimento Profundo | Senso de fusão com grupo, natureza ou identidade ancestral | Microstates mais longos, menor fragmentação | IPL, insular anterior | Elevado, porém variável |
Eu Espiritual / DANA | Completude, ausência de desejo, calma profunda | Supressão de microstates rápidos, D prolongado | Rede Default + orbitofrontal | Em repouso atento (~95%) |
Exemplo de Eus Lentos e Seus Marcadores
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Microstates: A Janela Para o Eu Que Não Age, Mas É
Diferente dos potenciais evocados (P300/N400) que medem reações rápidas, os EEG Microstates captam a transição entre estados globais do cérebro — em escalas de 80 a 120 ms — permitindo identificar ritmos lentos de reconfiguração subjetiva.
Essa é a única ferramenta atual com potencial funcional para inferir indiretamente o papel dos íons de cálcio, responsáveis por estados prolongados de consciência que não emergem de estímulos externos, mas de reorganizações internas — como o surgimento de um novo "eu" após uma perda, um insight ou um encontro com o sagrado.
Conclusão: Teses Para Quem Quer Estudar a Consciência Como Movimento Vivo
A neurociência que estuda somente estímulos e respostas ignora o essencial:
A consciência é um corpo que sente, um campo que pertence, um eu que emerge.
Convidamos a nova geração de pesquisadores a estudar:
* Como sentimentos bioafetivos criam eus que modulam a atenção.
* Como Microstates revelam a dança lenta dos estados de consciência.
* Como SpO₂ e NIRS antecipam a transição entre o fazer e o contemplar.
* Como o Quorum Sensing Humano regula sincronia entre eus de diferentes indivíduos.
Não estudamos cérebro. Estudamos o ser vivo como unidade que se percebe com uma Mente Damasina (intercepção e Propriocepção) dentro dos conceitos Monismos triplo aspecto de Alfredo Pereira Jr.