Como Formamos Nossas Crenças? Brain Bee - SBNeC Escola - SfN 2025 Kids
Como Formamos Nossas Crenças? Brain Bee - SBNeC Escola - SfN 2025 Kids
(E por que é tão difícil mudá-las?)
Você já se perguntou por que algumas pessoas acreditam tão firmemente em algo que parece absurdo para outras? Ou por que, mesmo com argumentos e provas, mudar de opinião pode parecer impossível?
Neste blog, vamos entender como o nosso cérebro constrói crenças, como elas se tornam parte do nosso corpo e por que é tão difícil sair de certos sistemas de pensamento. Tudo isso com base na neurociência decolonial, nas emoções, nos "eus tensionais", e na sua própria capacidade de perceber o mundo.
As Crenças Não Nascem no Cérebro Lógico
Apesar de muitos acreditarem que pensar vem da razão, a ciência mostra que a maioria das decisões, hábitos e crenças surgem do corpo e são reforçadas ao longo do tempo.
A base disso está na Mente Damasiana — um conceito que une interocepção (sensações internas) e propriocepção (posicionamento corporal). É a mente sentida, onde as experiências vividas moldam nossos eus tensionais — versões de nós mesmos ativadas por situações específicas.
Por exemplo: Quando você aprende que “falar alto é falta de educação”, seu corpo tensiona quando alguém grita — mesmo que racionalmente você saiba que isso pode ser cultural.
O Perigo da Zona 3: Quando as Crenças Viram Prisões
Com o tempo, essas experiências vividas se fixam como eus tensionais — formas de agir e reagir com base no que acreditamos ser certo, seguro ou verdadeiro.
Mas... e se essas crenças tiverem sido impostas desde a infância? E se nunca tivemos espaço para questioná-las?
É aí que entramos na Zona 3:
Um estado onde os eus tensionais foram formados com crenças impostas (familiares, religiosas, ideológicas) e agora impedem qualquer abertura para novas ideias.
Na Zona 3, a interocepção e a propriocepção são silenciadas. Em vez de sentir e refletir, apenas repetimos. É como viver num "modo automático".
Yãy hã mĩy: A Imitação Que Forma a Mente
Os Maxakali, povo indígena brasileiro, usam o conceito de Yãy hã mĩy para descrever o processo de imitar um ser vivo para compreendê-lo profundamente.
Quando crianças, imitamos tudo — rostos, vozes, emoções. É assim que formamos nossas primeiras crenças. Esse processo é essencial. Mas quando só imitamos sem refletir, perdemos a chance de desenvolver nossa própria consciência crítica.
Quorum Sensing Humano (QSH)
Nas bactérias e nos seres vivos, existe um fenômeno chamado Quorum Sensing, onde os organismos agem em grupo quando atingem uma certa densidade populacional.
Nos humanos, isso se transforma em QSH – Quorum Sensing Humano, onde o pertencimento a um grupo molda nossos eus, nossos sentimentos e nossas crenças.
Esse pertencimento pode ser libertador — ou opressor — dependendo de como é construído.
Experimento Sugerido com Cedrus + SuperLab
Estudantes Brain Bee e SBNeC Escola podem investigar como crenças afetam reações fisiológicas.
Proposta:
Apresentar frases contraditórias a crenças comuns (ex: “O que sentimos nem sempre é verdade”) usando o SuperLab;
Medir o tempo de reação e intensidade da resposta com Cedrus Response Pads;
Cruzar dados com autorrelatos sobre desconforto ou curiosidade.
Objetivo: entender como a zona 3 se manifesta fisiologicamente e como a metacognição pode abrir espaço para revisão de crenças.
Conclusão: Abrir Espaço Para Duvidar
Crenças não são o problema. O problema é quando elas se tornam inquestionáveis.
Quando entendemos que nossos eus tensionais são moldados por experiências, e que podemos acessar estados mais abertos (como a Zona 2), criamos espaço para a autenticidade, liberdade e criatividade.
A verdadeira força não está em repetir o que nos ensinaram. Está em sentir, perceber e, se necessário, reformular.
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