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As tecnologias apresentadas no filme Upgrade são bastante avançadas em alguns aspectos, comparados a nossa tecnologia atual. Drones de vigilância autônomos, controle por voz em casas automatizadas e de braços robôs já são realidade. Mas e um chip que poderia tornar possível tetraplégicos e paraplégicos retomarem o movimento do seu corpo? Isso ainda está bastante distante. Temos que romper barreiras em termos tecnológicos em relação aos materiais, manufatura, programação e o mais importante de todos, sobre o nosso cérebro.

 

Quando falamos de colher informações do nosso cérebro para aplicar um comando específico ou retomar o movimento de um membro, estamos falando de uma interface cérebro-máquina (ICM). A utilização de um eletroencefalograma (EEG) como meio de captar sinais cerebrais de forma não-invasiva para a movimentação de uma cadeira de rodas já é realidade e começa a estar presente na vida de alguns pacientes.  Atualmente, o mais próximo de um Stem que temos é o exoesqueleto apresentado pelo projeto Walk Again, coordenado pelo Dr. Miguel Nicolelis e que contou com a participação de 25 países e com 156 profissionais. Eles utilizaram um eletroencefalograma (EEG) para captar a atividade cerebral de pacientes com lesão medular e reproduzir em movimentos do exoesqueleto. Além disso, houve um feedback tátil para gerar estímulos para serem interpretados para que houvesse uma sensação de caminhada. Esse projeto foi pioneiro, o que abriu uma gama de possibilidades de aplicações e de melhorias de protocolos. Após um período de reabilitação, alguns pacientes recuperaram parcialmente o controle dos músculos das pernas. A partir de então, vários estudos envolvendo a aplicação de uma ICM com a estimulação elétrica funcional (FES) ou realidade virtual, estão sendo apresentados na literatura como uma excelente ferramenta de recuperação. 

 

Fig. Paciente utilizando o exoesqueleto para treino de marcha.

Tendo em vista a possibilidade de melhoria da qualidade de vida de inúmeras pessoas através da tecnologia, temos que ter um olhar crítico em relação até que ponto os avanços tecnológicos  serão benéficos para nós, como sociedade. Se levarmos em consideração que estamos distantes de reproduzir a singularidade que o nosso cérebro trás, ficaremos também com o desafio de pensarmos além do hoje.

 

 

Referências

 

SHOKUR, Solaiman et al. Training with brain-machine interfaces, visuo-tactile feedback and assisted locomotion improves sensorimotor, visceral, and psychological signs in chronic paraplegic patients. PloS one, v. 13, n. 11, p. e0206464, 2018.

 

Projeto Andar de Novo. Disponível em: https://aasdap.org.br/projeto-andar-de-novo. Acesso em: 17 de Maio de 2021.

 

Upgrade: Atualização. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/80240085. Acesso em: 17 de Maio de 2021.

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Autor:

Gilberto Martins Filho

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